De algumas décadas para cá, conseguimos vislumbrar como o debate de gênero vem invadindo as políticas públicas, as escolas, o mercado e, inevitavelmente, as empresas ao redor do globo. Percebemos também como empresas mais conservadoras e tradicionais enfrentam diversos problemas de igualdade de gênero; porém, também podemos perceber que não é só no que tange especificamente os gêneros sociais que o pensamento binário cria sua arapuca.
Assim, essa ótica binária opera na tentativa (frustrada) de simplificar a vida, desconsiderando a complexidade das coisas, das pessoas e de todos os outros seres. Limitando tudo à suas respectivas nomeações, o binarismo atrapalha a diferença acontecer. Hoje, ainda que continuemos tentando, percebemos que nomear as coisas é uma tarefa praticamente impossível e, quando falamos de seres humanos e suas criações, a impossibilidade é total. Não conseguimos mais dividir os gêneros, as etnias, nem mesmo a história se mostra suficiente para abarcar todas as formas e ideias que já existiram. Sendo assim, por que deveriam as instituições se manterem tão presas a essa lógica?
Os modos de superação do pensamento dual são mostrados rotineiramente nas mais diversas startups ao redor do mundo, propondo e promovendo mudanças internas como:
Igualdade nos salários do mesmo cargo.
Pluralidade racial.
Pluralidade de sexo e gênero.
Colaboradoras e empresas em sintonia com o mercado.
Dissolução entre horário de trabalho e horário de prazer.
Melhoria nos feedbacks.
Empresa mais humanizada.
Esses são apenas alguns exemplos que mostram a urgência da desconstrução do pensamento dualista binário nas empresas de todos os portes. Entretanto, para que impactos reais sejam alcançados, a superação das ideias conservadoras precisa ser cotidiana.