Gestão de Pessoas
7 perguntas para avaliar se o RH da sua empresa é inclusivo

Dandara Ribeiro 02/06/2022 4265

Hoje, dia 3 de junho, é celebrado o dia das pessoas que atuam na área de Recursos Humanos, mas o que essa data representa e deve nos lembrar? 

Estamos atualmente na metade do ano de 2022, após quase dois anos de isolamento social devido à pandemia da covid-19. Desde março de 2020, a forma de viver e trabalhar passou por inúmeras transformações - a fronteira entre vida pessoal e profissional perdeu seu contorno, o trabalho remoto ganhou evidência, muitas pessoas viveram lutos intensos e adoeceram de forma física e emocional. Devido a todo cenário, o número de pessoas diagnosticadas com depressão e ansiedade disparou, aumentando em 25% e apontando para o fato de que saúde mental e estrutura social caminham lado a lado. 

A desigualdade social atingiu números assustadores, com mais da metade dos domicílios brasileiros abaixo da linha da pobreza. Houve demissão em massa, famílias inteiras ficaram desabrigadas e muitas pessoas viveram e ainda vivem com fome. E aqui, é fundamental ressaltar que os índices de pobreza no Brasil têm um recorte racial. Segundo dados do IBGE, em média, a população ocupada branca tinha um rendimento mensal médio real do trabalho principal 73% maior que o da população preta ou parda -R$ 3.056 contra R$ 1.764.

Agora, em junho de 2022 temos acompanhado o processo de retorno ao presencial, em um mundo diferente do “antigo normal”.  Muitos processos se tornaram digitais, o mercado de trabalho mudou, a forma de trabalhar também - inclusive com profissionais tendo a possibilidade de se tornar “nômades digitais” e ampliar sua experiência no mundo. 

Por outro lado, infelizmente, o cenário de exclusão social e estrutural permanece e se agrava. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad) referente ao primeiro trimestre de 2022, são 11,9 milhões de pessoas desempregadas no país, e dentre essas estão pessoas com deficiência que não têm tido o direito garantido pela Lei de Cotas respeitado - segundo dados,  apenas 1% desse público está ocupando os postos de trabalho.

Diante desses dados, é urgente que o setor de RH das organizações se perceba como a porta de entrada (ou mais uma porta na cara) de pessoas que vivenciam alguma situação de vulnerabilidade e crie políticas efetivas de inclusão. 

Isso porque, o aumento do desemprego somado à automatização das etapas de recrutamento e seleção e aos vieses inconscientes que operam nas análises de candidates reforçam a exclusão de determinados grupos do mercado de trabalho. Construir um processo seletivo inclusivo, com divulgação em diversos canais, sensibilizar profissionais de RH e lideranças na desconstrução de preconceitos, e oferecer feedbacks personalizados às pessoas que se candidataram às vagas, são algumas ações que podem contribuir para tornar os processos seletivos mais humanizados. 

Além disso, é fundamental criar estratégias para acolher e apoiar toda a diversidade que já existe dentro da empresa, valorizando cada pessoa em sua totalidade, abrindo canais para trocas, realizando pesquisas de clima organizacional, e criando políticas de apoio às necessidades de cada grupo de diversidade, como por exemplo, criar grupos de afinidade. 

Abaixo, deixo algumas questões que podem facilitar a reflexão sobre como tornar sua empresa mais inclusiva e humanizada:

  1. O que a área de Recursos Humanos da sua empresa tem feito pelas pessoas negras, com deficiência, pertencentes à comunidade LGBTQIA+, imigrantes e em situação de vulnerabilidade econômica? O que ela poderia fazer?
  1. Existem canais abertos e confiáveis para o diálogo sobre o clima organizacional? 
  2. Como a cultura da sua empresa tem se transformado? Ela tem se tornado mais inclusiva ou excludente?
  3. De que forma estão sendo conduzidos os processos seletivos? Existem políticas afirmativas? O RH realiza feedbacks para as pessoas não selecionadas?
  4. Existe um plano estruturado para políticas de Diversidade e Inclusão?
  5. Os outros setores da empresa apoiam as ações conduzidas pela área de RH?
  6. A equipe de RH é apoiada, ouvida e tem suas demandas atendidas? 
  7. Existe orçamento voltado exclusivamente para políticas de D&I?

Essas são apenas algumas questões que podem orientar a análise do quanto a área de RH da sua empresa realmente tem tido um equilíbrio entre os termos “recursos” e “humanos”. 

Por um mundo em que as pessoas sejam vistas com toda sua potência, a Troca atua apoiando o RH das empresas, conduzindo processos seletivos exclusivos para a diversidade, treinamentos, palestras e análise de dados sobre diversidade e inclusão

Para saber mais sobre nossos serviço agende uma reunião de apresentação. 


Dandara Ribeiro

Gestora de Gente, Gestão e Inclusão

Mulher, cis, branca, não deficiente e formada em Psicologia pela Universidade Federal Fluminense. Mestranda em Gestão e Controladoria Pública pelo programa MAI DAI da UERJ. Atua nas áreas clínica, social e do trabalho a partir da abordagem transdisciplinar e da metodologia de fazerCOM. É movida pelo sonho de transformar vidas, construindo redes através do coletivo, da saúde, do trabalho, e da educação.

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